26-01-2024 17:54
O trabalho desenvolvido neste espaço terapêutico, ao longo destes 28 anos, em muito contribuiu para a intervenção, visibilidade e reconhecimento do GAF na comunidade. Para perceber a dinâmica deste espaço temos que recuar, 30 anos, ao início da criação do Gabinete de Atendimento à Família - GAF, pela Ordem dos Padres Carmelitas Descalços, que se propôs desenvolver respostas sociais de qualidade, com um espírito humanista e solidário, que promovem os direitos, a qualidade de vida, a inclusão e a cidadania de indivíduos e famílias, em situação de vulnerabilidade social e/ou económica (in missão).
Logo, nos primeiros tempos, foi sentida a necessidade de criar um espaço ocupacional salutar para dar seguimento ao trabalho psicossocial prestado pelas equipas interdisciplinares do GAF, de forma a distanciar-se de práticas assistencialistas e promover ativamente o desenvolvimento pessoal dos beneficiários.
Assim, no dia 26 de julho de 1996, quando o GAF tinha apenas dois anos de existência, nasce o Centro de Dia, com a formação de Ateliers Ocupacionais. No início dos anos 2000, o serviço passou a usar a marca Oficinas by GAF, nos produtos realizados com intuito comercial.
Em resposta ao novo desafio de adequar o trabalho realizado pelos utentes às solicitações do mercado, trilhou-se um longo e gratificante caminho, procuraram-se novos saberes, adquiriram-se conhecimentos, estabeleceram-se redes formais e informais de parcerias, ajustaram-se dinâmicas de funcionamento e adequaram-se produtos, tendo em conta as especificidades dos utentes e as necessidades do mercado.
Através da produção de manufaturas em papel maché e folhas de papel reciclado artesanal, este espaço, com base no Modelo de Ocupação Humana (Kielhofner & Forsyth, 1997), constitui um contexto favorável à socialização, estabelecimento de relações interpessoais, coesão grupal e aprendizagem mútua. Igualmente, proporcionam-se condições para catalisar rotinas e desenvolver competências e estratégias que promovem uma prática simulada de um contexto real de trabalho, facilitando o processo de reinserção social.
As oficinas espelham, assim, a valorização da singularidade e do coletivo, e através da abertura ao mercado e à comunidade em geral, os utentes veem o seu trabalho reconhecido, contribuindo para a realização pessoal dos mesmos.