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Sabia que a Unidade de Apoio na Toxicodependência (UAT) do GAF foi um dos primeiros acordos atípicos criados entre o GAF e a Segurança Social, e há décadas que tem como objetivo dar resposta às necessidades dos indivíduos/famílias implicados em situações de uso/abuso de substâncias?

08-03-2024 20:20



"Reconhecer a verdade como verdade, e ao mesmo tempo como erro; viver os contrários, não os aceitando; sentir tudo de todas as maneiras, e não ser nada, no fim, senão o entendimento de tudo - quando o homem se ergue a este píncaro, está livre, como em todos os píncaros, está só, como em todos os píncaros, está unido ao céu, a que nunca está unido, como em todos os píncaros."
Fernando Pessoa, 'Teoria da Heteronímia'

Sabia que… A Unidade de Apoio na Toxicodependência (UAT) do GAF foi um dos primeiros acordos atípicos criados entre o GAF e a Segurança Social, e há décadas que tem como objetivo dar resposta às necessidades dos indivíduos/famílias implicados em situações de uso/abuso de substâncias?

Até aos anos 70 o problema do consumo de substâncias não era significativo e não incriminava diretamente o consumo. Com o fim da ditadura, as substâncias psicotivas também foram o anseio da liberdade, criando uma verdadeira crise social.

Ao longo das décadas seguintes, as substâncias e a toxicodependência converteram um tema praticamente desconhecido, num dos temas sociais mais importantes e mediáticos da atualidade, assumindo proporções e uma preocupação central no debate público da sociedade portuguesa, assim como, disseminado em diversas sociedades humanas e em diferentes momentos das suas histórias.

No período compreendido entre 1983 e 1999 o modelo biopsicossocial assomou-se como referência predominante, marcado por um novo pendor organizativo e estrutural na área das substâncias psicoativas e da toxicodependência, nomeadamente, com a criação de várias estruturas como o Serviço de Prevenção e Tratamento da Toxicodependência (em 1990) e, mais tarde com o Instituto Português da Droga e da Toxicodependência (1999).

No decorrer do ano 2000, a descriminalização do consumo marca uma nova fase na política de combate à droga em Portugal que se sustenta até aos nossos dias, projetando resultados nos mais diversos setores, particularmente, na segurança e na saúde.

Compreendemos, portanto, que o modelo português em matéria de políticas de drogas desenvolveu-se, desde 1970, sob um ângulo de transformações e mudanças, passando de um sistema repressor a um sistema descriminalizador.

Como tal, A Unidade de Apoio na Toxicodependência (UAT) enquadra-se, não só na história e génese do Gabinete de Atendimento à família (GAF), mas também, neste dinamismo de mudança sociopolítica e de intervenção na área das dependências.

A sua intervenção conflui, assim, no sentido de apoiar e promover o desenvolvimento positivo de indivíduos que usam/abusam de substâncias ou que se encontrem em situação de risco - quer por estarem em período de abstinência, quer pela existência de fatores que possam conduzir a esse uso/abuso.

É implementada uma intervenção genuinamente colaborativa e significativa com o indivíduo. A estratégia de intervenção adotada assenta no estabelecimento de uma relação empática e de proximidade entre o indivíduo/família e a equipa da UAT.

Por conseguinte, a vinculação dos indivíduos à valência – baseada na identificação com o serviço prestado e com a filosofia que lhe subjaz, reconhecendo-se o indivíduo como cerne da intervenção – constitui-se como primeiro passo para o desenvolvimento de um trabalho colaborativo e significativo, intensivo e altamente focalizado nas idiossincrasias do indivíduo/família e promotor da transição para níveis de funcionalidade e adaptabilidade crescentes.

O serviço UAT – Unidade de Apoio na Toxicodependência sempre adoptou uma estratégia de Intervenção, integrada, fornecendo respostas aos níveis social, psicológico, educativo, jurídico e cultural;estruturada, no sentido de lidar com diversos tipos de substâncias, de estatuto legal diferente; adaptadaà prevalência dos consumos, privilegiando-se a prevenção terciária (nos casos em que se pode falar de dependência efetiva) e a secundária (nos casos em que o consumo, podendo ou não ser abusivo, acontece em circunstâncias em que a dependência é um risco eminente), e multidimensional, atendendo aos problemas económicos, sociais, educativos, judiciais, de saúde e laborais da população utente.

No jogo dos sentidos e num olhar apressado, ou mesmo comprometido com os “avanços” da sociedade atual e com o aumento das preocupações sociais, expostos nas “novas dependências”, surge a necessidade de novas respostas. Através de um instinto cultivado nesta área e reafirmado na nossa vida quotidiana, mas também, na nossa experiência enquanto técnicos, podemos afirmar que estamos na ascensão de um novo paradigma no combate às dependências.

“A verdadeira dificuldade não está em aceitar ideias novas, mas escapar das antigas”
John Maynard Keynes.




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