27-10-2020 12:06
Dentro de uma IPSS o trabalho voluntário é da máxima importância!
Nos dias que correm a presença do voluntariado nas IPSS’s é expressão do crescente despertar do comportamento pró-social, da opção pela solidariedade social e do compromisso firme público; é notavelmente uma ação não lucrativa, que o indivíduo exerce para o bem da comunidade, segundo os seus princípios; e é fundamental para prossecução das atividades das IPSS´s, encontrando-se a sua recompensa nos resultados conseguidos de acordo com o fim de cada IPSS em particular, tendo em conta a articulação com as práticas do saber científico.
A integração da ação voluntária só pode situar-se como exercício livre de cidadania ativa e solidária assente em valores humanistas, cujas motivações e opções pessoais transportam benefícios pessoais e coletivos. Às IPSS´s cabe, porém, a definição dos direitos e deveres do voluntário, como pessoa, salvaguardando a não ocupação de postos de trabalho e evitando a competição laboral e profissional.
O exercício do voluntariado é, pois, tal como o é a ação das IPSS’s, promotor de ações transformadoras da realidade, e catalisador de justiça social e de desenvolvimento de pessoas e comunidades, razão pela qual oferece contributo ímpar para a qualidade de vida da sociedade. Considera-se, por isso, que a ação do voluntariado se revela como expoente máximo da cidadania e da participação solidária.
Onde cresce a consciência da cidadania aumenta o índice de voluntariado, que se traduz no aumento exponencial da vontade de agir, de aprofundar a autonomia, a responsabilidade e a liberdade individuais. Por outro lado, ao descobrir a força e o valor das IPSS´s os voluntários assumem-se como verdadeiros interlocutores sociais, por que através da interação do voluntário com os outros elementos da equipa e com os destinatários da ação se gera uma profícua dinâmica interativa, que tende a aumentar a tolerância face à diversidade e à diferença.
O voluntariado numa IPSS é, pois, uma mais valia a considerar e a relevar.
Releve-se, portanto, que a disponibilidade para a participação em prol dos outros se tem mostrado capaz de usar as competências do voluntário – como a consciência, vontade, força moral, imaginação, sensibilidade, criatividade e organização da ação – para produzir soluções para necessidades humanas e comunitárias. Em boa verdade, aliás, no exercício do seu papel, urge-se ao voluntariado de uma IPSS que desenvolva uma acertada consciência crítica. Porém, o submergir da consciência crítica só será possível se se der o conhecimento do contexto em que o voluntário atua. É fundamental, portanto, que o voluntário gestione as suas expetativas e esteja criticamente consciente das razões que o levaram à IPSS.
No GAF, desde o primeiro momento, o voluntário sabe que se move no contexto de uma IPSS, e sente que integra uma equipa, cujo objetivo visa «potenciar a "família" nas suas diferentes dimensões e proporcionar uma resposta global e integrada às problemáticas mais prementes e geradoras de exclusão. Adota uma estratégia de intervenção
multidisciplinar, individualizada e multidimensional, pautando a sua ação/intervenção de modo a contribuir para a [re]inserção social e consequentemente a melhoria da qualidade de vida de grupos socialmente desinseridos e/ou economicamente desfavorecidos, numa tentativa de contrariar e minimizar o impacto de fatores geradores de exclusão, promovendo a igualdade de oportunidades».
Além de conhecimento do contexto em que se inserem, é ainda essencial que os voluntários ponham em prática os seus direitos e deveres, numa atitude proativa. Tal é a prática em uso no GAF. Aqui, o voluntariado é uma presença estruturante, pois muito valorizamos que seja uma forma de participação ativa na comunidade.
Destaque-se ainda o facto do GAF ser uma das dezasseis ONG selecionadas pelo Voahr Interior (Pista Mágica- Escola de voluntariado) – Projeto em parceria com a EAPN Portugal e o Diretório Sector 3, financiado pelo mecanismo europeu EEA Grants, integrado no Eixo 4 do Programa Cidadãos Ativ@s/EEA Grants. Encontramos-nos, neste momento, a receber formação/supervisão na área do voluntariado, através de uma plataforma digital, com sessões para esclarecimento, debate de ideias, partilha e consultoria. Este projeto visa exponenciar a ação dos voluntários, introduzindo melhoras nos procedimentos administrativos de gestão, nas regras burocráticas e de implementação de metas, no planeamento e organização, treino e acompanhamento na sua ação.
Eis, pois, que o GAF se posiciona de forma a que o seu voluntariado tenha conhecimento do real funcionamento da instituição e das situações com as quais se irá deparar; e é assim que assumimos o compromisso de continuar a proporcionar-lhe a perceção de que contribuição dos voluntários é valiosa.
Quem assim se sentir é sempre bem-vindo no GAF!